Este cantinho vai ser dedicado ao meu querido FilhoAnjo, Márcio Filipe, partiu a 2 Janeiro 2005, num acidente rodoviário,no regresso da Passagem do Ano em Madrid.
Com ele, levou todos os sonhos, a felicidade e o brilho dos meus olhos, deixou-nos doces recordações e uma imensa e eterna saudade. Partiu muito cedo, quando menos esperávamos Dar a vida está nas mãos dos pais; medir a vida está nas mãos de Deus. A sua riqueza humana era vastíssima, que se estendeu para além dos limites da nossa casa…. Fez amigos em todos os locais por onde passou, tratava as pessoas com, afectuosidade, respeito simplicidade, um sorriso afável… Podia ser um mendigo, um idoso, uma criança ou um doutor, ajustava a sua prosa consoante a situação em que se encontrava, respeitava a vida de todos sem olhar ao status. O meu filho era um espírito livre, o tempo não tinha horas marcadas, ele fazia tudo a seu tempo, nunca foi amigo da rapidez, a falta de pontualidade, a que eu chamava defeito; irritava-me profundamente, agora entendo que apesar de ter tido uma curta existência terrena, ele soube saborear a verdadeira essência desta vida, sem pressas, sem stress; na Praia Grande contemplou os pores-do-sol, á noite saia ao pátio para admirar o céu, as estrelas a lua,....o Palácio da Pena iluminado no cume da Serra de Sintra… tinha um coração e olhos de criança, não via maldade em nada, dizia que gostava de dar o “beneficio da duvida” . A todos os que tiveram o privilégio de conviver ao seu lado, deixou a mensagem que lhe foi confiada por Deus, através das virtudes da bondade, da humildade, da simplicidade, da boa disposição, sentido de humor, ( o som das estrondosas gargalhadas continuam a ecoar na minha cabeça sempre que vejo o Levanta-te e Ri ), do carácter, do respeito, do amor e valor da amizade. A Amizade é; uma virtude divina. Longe de mim, de estar a elevar o meu filho a “santinho”, tinha defeitos e virtudes como todos nós, só que as virtudes excediam estes e soube-as cumprir e evoluir o seu “EU”. Acredito, que o Márcio vai ficar guardadinho em muitos corações, em cada um de nós deixou um pouco de si e muitas saudades e levou um pouco de nós. Agradeço a Deus, por ter-me escolhido para gerar um filho tão especial, tanto a sua vida como a sua partida foram lições de vida. O sofrimento, destapa os olhos velados pela cortina da ilusão e amacia o coração áspero pelas pretensas vicissitudes da vida. Citando a mãe de uma amiga virtual e de coração: “ Abençoada é a mãe que cria um anjo, para o entregar nas mãos de Deus com muito sofrimento e saudade. “
O Deus em que acredito garante que nos havemos de abraçar de novo um dia... Assim o espero!!!
Porque é que isto não pára!?!?
Não consigo adormecer, não me sinto cansado, mas também não
consigo estudar, não me consigo concentrar para tal.
Tento adormecer mas é como se uma corrida atribulada de
pensamentos, disto e daquilo, resolvessem acordar e desatassem
a andar às voltas.Nada de concreto, ou específico, algo com que
tenha de me preocupar, nada mesmo! Parecem passear tão
rápido que na realidade, nem sei o que são!
Tenho a incómoda sensação de que me falta fazer, ou completar
ou cumprir algo pra finalmente poder descansar em paz,não sei
o quê, mas é o que sinto!... E na cabeça continuam a correr,
eu continuo desperto, e sem saber o que fazer, nem mesmo o
escrever ajuda...PORRA!! Parece que alguém está a mexer com a
minha alma, a incomodar o meu sagrado miradouro (virado para
o pôr-do-sol ) do descanso. Deixem-me em paz, desapareçam,
quero ir dormir... Será que quero!? Será que tenho vontade!?
Já não sei! Já não tenho a certeza.
Vejo esta noite com a extensividade de anos... É isso!
Tenho a sensação de querer encaixar nestas escassas horas...
uma vida, um “tempo”. Porquê!? Sinto ter algo para concretizar,
mas não sei o quê,ou como, nem onde!? Tenho que fazê-lo nesta
noite de mil anos, mas como? Nada se revela, porque ainda sinto
não ser capaz de me entregar às nuvens, não me sinto capaz de
fazer repousar o meu espírito...Quero ir mas não tenho vontade!
Tenho vontade de me sentar no topo do mundo e “perder” uma
vida a contemplar o silêncio e suas manifestações, na visão de
um pôr-do-sol, lento, vagaroso, com tempo para desperdiçar,
embalado numa leve brisa, nem quente, nem fria, chorar tudo,
lavar a alma, para depois mergulhar no oceano, deixando-me
submergir de olhos virados para o céu, observar a superfície a
ir, até que me extinga tal como a chama de uma vela,
ensaiando o seu desfecho.
Márcio Costa
31-06-2000
Together In All These Memories I See Your Smile
All The Memories I Hold Dear
Darling You Know I Love You Till The End Of Time
Não olvides que, além da morte, continua vivendo e lutando
O Espírito amado que partiu...
Tuas lágrimas são gotas de fel em sua taça de esperança.
Tuas aflições são espinhos a se lhe implantarem no coração.
Tua mágoa destrutiva é como neve de angústia a congelar-lhe os sonhos.
Tua tristeza inerte é sombra a escurecer-lhe a nova senda.
Por mais que a separação te lacere a alma sensível, levanta-te
e segue para a frente, honrando-lhe a confiança, com a fiel execução
das tarefas que o mundo te reservou.
Não vale a deserção do sofrimento, porque a fuga é sempre a dilatação do
labirinto em que nos arroja a invigilância, compelindo-nos a despender
longo tempo na recuperação do rumo certo.
Recorda que a lei da renovação atinge a todos e ajuda quem te antecedeu na
Converte a dor em lição e a saudade em consolo, porque, de outros domínios
Deus, a Suprema Sabedoria e a Suprema Bondade, não criaria a inteligência e
Repara em torno dos próprios passos.
A cada noite no mundo segue-se o esplendor do alvorecer.
O inverno áspero é sucedido pela primavera estuante de renascimento e floração.
A lagarta, que hoje se arrasta no solo, amanhã voará em pleno espaço
com asas
Nada perece.
Compreendendo, assim, a Verdade, entesourando- lhe as bênçãos,
aprendemos
EMMANUEL (recebido pelo médium Francisco Cândido Xavier)
So tender are my thoughts of you
Still warm after the glow
The stones are too soft to throw
Memory loves you
The sadness has got new tears
Now they're falling gently on the grown
So invisible and clear
Memory loves you
The escape has lost its ways
It ended deep in my own cave (Nothing left to do)
So what belongs will stay (Memories of you)
Memory loves you
Para os terramotos a escala de Richter,
para os furacões, a escala de Saffir-Simpson,
para a força dos ventos, a escala Beaufort,
todas medem a grandeza do poder de estrago
de cada força, e para as nossas dores existem escalas?
Claro que não, a sua dor não tem tamanho,
não sai nas revistas, porque não dá para imprimir,
nem no seu blog dá para exprimir,
nem pintando com as mais variadas tintas,
quem é que pode sentir o que você sente?
Por isso, não se demore na dor,
não estacione nos pensamentos que te afligem,
que te remetem ao momento onde ela nasceu,
revivendo a cada instante a mesma sensação,
a perda, a angústia, o desespero,
devem ser esquecidos, sob pena de reviver,
a mesma dor diversas vezes,
e se já foi difícil passar por ela uma vez,
imagine conviver com ela em flashback diariamente?
Derrame as lágrimas necessárias, desabafe mesmo,
a dor represada forma um rio com águas paradas,
e água parada apodrece, fede e cria bichos,
mas depois do desabafo, do choro, do viver o luto,
enterre o passado, deixe às águas correrem livres,
porque o rio sempre busca o mar,
e nós sempre deveremos buscar a felicidade,
num eterno ir e vir, começar e recomeçar,
não deixando a dor nos parar,
porque somos feitos na exacta medida do amor
que desejamos viver.
***
"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade em que elas acontecem"
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Este cantinho vai ser dedicado ao meu querido FilhoAnjo, Márcio Filipe, partiu a 2 Janeiro 2005, num acidente rodoviário,no regresso da Passagem do Ano em Madrid.
Com ele, levou todos os sonhos, a felicidade e o brilho dos meus olhos, deixou-nos doces recordações e uma imensa e eterna saudade. Partiu muito cedo, quando menos esperávamos Dar a vida está nas mãos dos pais; medir a vida está nas mãos de Deus. A sua riqueza humana era vastíssima, que se estendeu para além dos limites da nossa casa…. Fez amigos em todos os locais por onde passou, tratava as pessoas com, afectuosidade, respeito simplicidade, um sorriso afável… Podia ser um mendigo, um idoso, uma criança ou um doutor, ajustava a sua prosa consoante a situação em que se encontrava, respeitava a vida de todos sem olhar ao status. O meu filho era um espírito livre, o tempo não tinha horas marcadas, ele fazia tudo a seu tempo, nunca foi amigo da rapidez, a falta de pontualidade, a que eu chamava defeito; irritava-me profundamente, agora entendo que apesar de ter tido uma curta existência terrena, ele soube saborear a verdadeira essência desta vida, sem pressas, sem stress; na Praia Grande contemplou os pores-do-sol, á noite saia ao pátio para admirar o céu, as estrelas a lua,....o Palácio da Pena iluminado no cume da Serra de Sintra… tinha um coração e olhos de criança, não via maldade em nada, dizia que gostava de dar o “beneficio da duvida” . A todos os que tiveram o privilégio de conviver ao seu lado, deixou a mensagem que lhe foi confiada por Deus, através das virtudes da bondade, da humildade, da simplicidade, da boa disposição, sentido de humor, ( o som das estrondosas gargalhadas continuam a ecoar na minha cabeça sempre que vejo o Levanta-te e Ri ), do carácter, do respeito, do amor e valor da amizade. A Amizade é; uma virtude divina. Longe de mim, de estar a elevar o meu filho a “santinho”, tinha defeitos e virtudes como todos nós, só que as virtudes excediam estes e soube-as cumprir e evoluir o seu “EU”. Acredito, que o Márcio vai ficar guardadinho em muitos corações, em cada um de nós deixou um pouco de si e muitas saudades e levou um pouco de nós. Agradeço a Deus, por ter-me escolhido para gerar um filho tão especial, tanto a sua vida como a sua partida foram lições de vida. O sofrimento, destapa os olhos velados pela cortina da ilusão e amacia o coração áspero pelas pretensas vicissitudes da vida. Citando a mãe de uma amiga virtual e de coração: “ Abençoada é a mãe que cria um anjo, para o entregar nas mãos de Deus com muito sofrimento e saudade. “
O Deus em que acredito garante que nos havemos de abraçar de novo um dia... Assim o espero!!!
Porque é que isto não pára!?!?
Não consigo adormecer, não me sinto cansado, mas também não
consigo estudar, não me consigo concentrar para tal.
Tento adormecer mas é como se uma corrida atribulada de
pensamentos, disto e daquilo, resolvessem acordar e desatassem
a andar às voltas.Nada de concreto, ou específico, algo com que
tenha de me preocupar, nada mesmo! Parecem passear tão
rápido que na realidade, nem sei o que são!
Tenho a incómoda sensação de que me falta fazer, ou completar
ou cumprir algo pra finalmente poder descansar em paz,não sei
o quê, mas é o que sinto!... E na cabeça continuam a correr,
eu continuo desperto, e sem saber o que fazer, nem mesmo o
escrever ajuda...PORRA!! Parece que alguém está a mexer com a
minha alma, a incomodar o meu sagrado miradouro (virado para
o pôr-do-sol ) do descanso. Deixem-me em paz, desapareçam,
quero ir dormir... Será que quero!? Será que tenho vontade!?
Já não sei! Já não tenho a certeza.
Vejo esta noite com a extensividade de anos... É isso!
Tenho a sensação de querer encaixar nestas escassas horas...
uma vida, um “tempo”. Porquê!? Sinto ter algo para concretizar,
mas não sei o quê,ou como, nem onde!? Tenho que fazê-lo nesta
noite de mil anos, mas como? Nada se revela, porque ainda sinto
não ser capaz de me entregar às nuvens, não me sinto capaz de
fazer repousar o meu espírito...Quero ir mas não tenho vontade!
Tenho vontade de me sentar no topo do mundo e “perder” uma
vida a contemplar o silêncio e suas manifestações, na visão de
um pôr-do-sol, lento, vagaroso, com tempo para desperdiçar,
embalado numa leve brisa, nem quente, nem fria, chorar tudo,
lavar a alma, para depois mergulhar no oceano, deixando-me
submergir de olhos virados para o céu, observar a superfície a
ir, até que me extinga tal como a chama de uma vela,
ensaiando o seu desfecho.
Márcio Costa
31-06-2000