Abraça-te
Deambulando pela casa
Só para não estar parada
O silêncio fecha-se em ti
Sentes o quarto vazio e gelado.
A solidão junta-se a ti
És empurrada para o vazio
O tempo presente não esta; mais aqui
Apenas recordações do passado
Que a tua memória não destruiu.
Finalmente a tristeza chegou a ti
Páras, e deitas-te na cama
Sem nada a que te agarrares
Tens as lágrimas por um fio
Sem conforto,
Sentes a dor interior
Que te leva para o fundo
E te afoga repetidas vezes
Apatia corre pelas tuas veias
As lágrimas deslizam no teu rosto
O sofrimento está a esmagar-te
Deitada e fraca sem ninguém para abraçar
As lágrimas continuam a correr
A dor não desaparece
Talvez encontres conforto se adormeceres
E só de manhã acordares
Abraça-te, estás só
Abraça-me
Ainda não me fui de todo embora...
24Abr.99
MárcioCosta