PAISAGEM
Uma vez, um rapaz tentou imaginar
Estar sentado num manto de irradiante vegetação
Perto do extremo de um penhasco
Tendo apenas em sua frente montes, vales, floresta
e uma infinidade de contrastes de coloração
O mar, ainda que lá ao fundo, vê-se bem
Em si, pequenas e suaves ondulações
Como que dançando ao compasso de uma pacífica melodia
Causando no rapaz as mais inexplicáveis emoções
Regalados, os seus olhos, ao assistir ao pôr-do-sol
Completamente deslumbrado com a luz de tal estrela imortal
Que a tais horas, revela uma faceta única e singular
A si brindando com uma magnífica palete de cores, que pela
imensurável beleza da paisagem é reflectida de forma divinal
Perante este cenário arrebatador
Pintado ao gosto da fantasia
O rapaz continuava sentado, e tão só, absorvido
Pela magnitude da imagem que perante si se “despia”
Não englobado no Tempo
Isento de toda a responsabilidade
Sem qualquer preocupação
O rapaz vivia pura e não adulterada passividade
Os últimos raios de luz são contemplados
E uma tristeza, de si, se parece apoderar
Mas logo desvanece
Porque aí vem a lua e estrelas para o confortar
Noite não quente, mas não fria
Uma noite perfeita e ideal.
E deitado está o rapaz
Encantado com o mar de um céu quase real
Mas, mal se apercebeu
Que afinal tinha alguém a seu lado
Feliz e radiante se sentiu
Por tudo “isto”, consigo ter partilhado
Ao desejar o desejo de fantasia
Descobri um rapaz que afinal era eu
E contigo a meu lado
A infinidade de tais belezas a nós para sempre pertenceu.
19.Abr.99
MárcioCosta