Alguém que julga(va) não ser possível ter a capacidade de cativar
aquela que o completa-se, de modo a poder erguer-se da sua
intransponível e cíclica solidão.
Depois de momentos de pura solidão emocional, tendo-se auto
denominado um “filho enfraquecido”, sobre os seus olhos mortos,
onde se reflectia uma alma vazia, um raio de luz fluente de amor e
paixão conseguiu quebrar o contínuo momento de solidão
estagnado nas veias da emoção, bombeadas estas a todo o momento
com desilusão, tristeza e desvanecimento, por intermédio de um
coração fraco e instável.
Finalmente o sol brilhou no buraco onde pacientemente desesperando
vivia/vive “cego” e inconformado, finalmente sentiu/sente o calor das
chamas da paixão, a felicidade transpareceu, autoconfiança deu lugar
ao sentimento de inferioridade, novas “portas“ sentimentais se abriram,
“portas” até então desconhecidas.
Na sua mente, cada fim do dia se assemelhava/assemelha a um pôr do
sol, único, irradiante de beleza, tal como aquela , pela qual o pôr do sol
era/é originado.
Embalado foi/é pelo pensamento da reflexão, da exuberância e magni
ficência do seu sorriso, dos seus olhos, que mais parecem duas luas
cheias numa noite de verão abafada por uma brisa amena, com o aroma
do seu perfume no ar, onde é impossível resistir a um esvaziamento e
descontracção absoluta.
Mas, iludido e cegado por indagações sentimentais, assim como pelo
Tempo, ele repeliu, reflectiu o “raio de luz” para longe de si.
Erro “crasso” por si cometido, já que não voltaria a desfrutar de tão
quente, acolhedor amor e intensa paixão como tinha desfrutado.
Tendo o Tempo aberto os olhos e desanuviado o pensamento e o
coração, contrariamente ao que tinha feito em primeiro plano, neste
tal alguém voltaram a florir os sentimentos, emoções, paixão, recorda
ções até então adormecidas dentro de si, reinando agora a expectativa,
interrogações e dúvidas, relativas ao regresso do ”raio de luz”...
09.Fev.97
MárcioCosta