De mim para ninguém
Vou escrevendo em linhas vazias dando forma
aos sentimentos que em mim vão surgindo
Transparecendo suas tristezas ou alegrias
De mim para ninguém, porque não espero ser ouvido
Porque me encontro sozinho e, tão só…Esquecido.
No universo do meu quarto o silêncio parece acolhedor
As sombras não tão escuras, apaziguada fica a minha dor
Com o peito cheio de ar gritos de minha boca sairão
Como ninguém os pode ouvir mudos os meus gritos ficarão.
Sufocante sensação no meu peito o escrever já não ajuda
A omitir a dor que tento descrever que para meu desalento,
nunca mais muda. Quero escapar!
Fugir de mim! Quero-me esquecer!
Mas seria fácil demais se assim fosse!
Fugir? Ignorar? Oprimir?
Os meus conflitos e auto conflitos evitar?!
Cobardia?! Ou por vezes uma necessidade.
Nestas linhas procuro a resposta
Para esta pretensa “fuga” de personalidade
Mas de mim para ninguém eu vou “falando”
Sem uma palavra amiga por perto, vou-me auto motivando.
A resposta posso neste momento não a ter encontrado
Mas certamente a encontrarei em momento mais apropriado
Na companhia de ninguém para mim eu “falei”
E tarde e a más horas a “mim” voltei
13/4/99
Márcio Costa