De mim
para ninguém
(iluminado)
Objectivamente vou escrevendo
Ocupando espaço num papel
Para recordar e não ir esquecendo
A mim mantendo-me fiel
Fiel no sentido de não perder doces memórias
De deixar emoções enevoadas
Não deixar para trás boas histórias
Ao começar, poder acabá-las
Os dedos vão formando movimentos giratórios
A tinta dá algum formato a uma folha em branco
A quantidade da escrita não importa
Desde que materializado, o sentimento não perca qualquer encanto
Aos poucos pinto mais um quadro na minha memória
Para o “álbum” das recordações
Alegria, frustração, derrota ou vitória
Todas elas contribuem para o conhecer de novas emoções
Conhecer-me a mim próprio
Definir toda uma base de escrita
Jamais esquecer o que vai e o que passou por dentro
Dar-me a conhecer ao que o meu coração é fiel e em que acredita
Tentar olhar para dentro
E sempre que possível ter respostas para as questões
Privilegiar a coerência e a clareza de expressões
E ser suficientemente maduro para saber lidar
ou reagir a inesperadas situações
De mim para alguém
Porque estas palavras também servem para “ti”
De mim para ninguém
Para que saiba para sempre o que senti.
10.Abr.99
MárcioCosta