A nostalgia desponta, na chuva que cai
nas vielas do meu peito deserto,
quando atravesso o fogo perpétuo da memória.
Uma barca de cinzas sulca
as artérias abandonadas de uma luz esbatida,
cruzando as margens coaguladas do silêncio.
Ao longe, rostos esquecidos gemem na penumbra,
o pranto de uma eterna ausência.
Fecho os olhos, e sinto as pálpebras a ranger
por detrás da alcova fria do pensamento.
Para lá da derradeira vertigem,
um Deus encharcado de invisibilidade
tece os contornos envernizados do meu rosto
numa lápide de densa névoa.
Runa
♪ ♥ ♥ PEACE ♥ ♥ ♫
enya